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Ninguém nasce no endereço errado

Sabemos todos que existem muitos milhões de homens e mulheres que não acreditam e nem sequer aceitam, por hipótese, a ideia da multiplicidade das existências. É, aliás, um direito inalienável de quem pensa assim e, como tal, merece o nosso respeito. Por isso penso que, hoje, somente vai continuar lendo este texto quem não só acredita, mas, também, aquelas pessoas que, se não acreditam, aceitam, pelo menos, a possibilidade de que o corpo (e somente ele) nasce e morre muitas vezes, eis que, a nossa essência, nosso espírito, é imortal, fenômeno este que chamamos de reencarnação. As mesmas chances de incontáveis vezes que você que é pai ou mãe dão para seus filhos acertarem quando eles cometem erros grandes ou pequenos, Deus faz conosco nos oferecendo, através de um novo retorno no plano material, a possibilidade de corrigirmos erros também grandes e pequenos cometidos no passado, eis que Ele nos criou para a perfeição relativa. Se Deus é infinitamente justo, e é, (ou será que você duvida disso?) a lógica nos diz que Ele nos criou todos iguais e dotados das mesmas potencialidades. As consequências, porém, das nossas escolhas ficarão a cargo da nossa vontade em trilhar um ou outro caminho, pois que, sempre, colhemos o que plantamos. Vista por esse prisma, ao invés de ser um castigo, a reencarnação nos mostra a compaixão e misericórdia divina, pois que cada nova vida representa uma nova oportunidade de correção de rota quanto aos erros e equívocos cometidos em existências pretéritas, devido a nossa própria ignorância com relação ao verdadeiro significado da vida. O aprendizado, o aperfeiçoamento moral e a evolução do espírito ao longo dos milênios, não dependem da simpatia ou preferência divina e sim da aplicação e do esforço de cada um em busca do seu próprio progresso. Ou seja, somos nós os únicos responsáveis pelo nosso atraso ou pela nossa evolução.

Somente a pluralidade das existências pode explicar as divergências e aptidões de cada ser. Se o espírito fosse criado no mesmo momento em que nasce o corpo, como explicar de forma lógica e racional as evidentes diferenças existentes entre homens e mulheres não somente na sociedade civil, mas também na família? Não é estranho? Sem a multiplicidade das existências, como explicar o mau caráter, a violência e a rebeldia de um filho comparado com a docilidade de outro, se ambos foram criados e educados com os mesmos princípios? Sei que os opositores à tese reencarnacionista alegam que isso se deve à herança genética provinda de algum familiar longevo na árvore genealógica da família. E neste caso, novamente, a que se perguntar a razão pela qual Deus permitiu aquele filho de caráter desvirtuado com propensão ao mal ter nascido no seio daquela família? E mais, por que esse mesmo Deus teria permitido a heranças de genes tão perversos como herdeiro de pais tão bons e amorosos? Você vê alguma coerência nisso? E a razão para isso e para tantos outros porquês da vida, somente se explica através da reencarnação, eis que o espírito quando nasce em mais uma das tantas encarnações, traz junto consigo todo o conhecimento adquirido, crenças e valores, bons e ruins, que foram absorvidos e incorporados na sua bagagem espiritual ao longo das suas experiências reencarnatórias. O espírito reencarna tantas vezes quantas forem necessárias para o seu aprendizado e desenvolvimento moral, sem perder, no entanto, sua individualidade, mudando apenas a sua personalidade, pois que a cada encarnação ele sofre a influência de vários fatores como do novo corpo, do novo ambiente que habita, dos amigos e, fundamentalmente, da nova família. Por tudo isso, não se aflija, pois você está acompanhado não só de todos os ingredientes para a sua evolução, mas, também, com as pessoas certas, no tempo certo, no lugar certo e, fundamentalmente, na família certa e, tudo isso, por uma razão muito simples: ninguém nasce no endereço errado.

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